Primeira Crónica : Efeméride do Centenário da Primeira Guerra Mundial
- O "Cristo das Trincheiras" como ideal e fonte de inspiração para os combatentes portugueses.
"Há cem anos, o rugido dos canhões assombrou a Europa, como prelúdio de uma Guerra ainda maior. O assassinato do herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro foi a faísca que fez o barril de pólvora europeu estoirar. No entanto, as tensões nacionalistas já se vinham a desenvolver há pelo menos três décadas. (Qualquer semelhança com a actualidade não é pura coincidência).
Na imagem, podemos observar o famoso “Cristo das Trincheiras”, que ficou assim conhecido por estar numa zona da frente de Batalha (Flandres), na qual se encontravam estacionadas as forças portuguesas que participaram no conflito e por esta guerra ter ficado conhecido como a “guerra das trincheiras”. A Primeira Guerra Mundial foi principalmente uma guerra de posições, na qual os exércitos dos diversos países envolvidos se entrincheiraram em lamaçais repletos de dor, ratos, imundície, doenças, medo e cadáveres por enterrar devido à falta de tempo e ânimo. Assustados, aguardavam pela próxima descarga de artilharia pesada, sem saberem se seria a última. Sem saberem se aquele seria o último dia em que sentiriam medo, ou o ar a entrar nos pulmões.
No rosto do Cristo crucificado e estilhaçado, podemos ver o sofrimento, não só, mas também daqueles portugueses que foram enviados para sangrar numa guerra, como rebanho para um matadouro desconhecido. Nessa Guerra, os heróis românticos da cavalaria acabaram. A Tecnologia bélica desenvolveu-se tanto, que os obuses da artilharia e os gases químicos destruíram a coragem e qualquer esforço do ser humano de lhes fazer frente. O ser humano foi aniquilado pela invenção monstruosa, reduzindo-se a mero combustível que alimenta a máquina de guerra incontrolável, na máquina trituradora, até alguém dizer “basta”. Mas o “basta” demorou e, até lá, morreram mais de oito milhões de almas privadas precocemente de viverem a vida, porque alguém achou que há países que se devem impor a outros.
Respeitando todos os credos e confissões religiosas, não posso deixar de referir o seguinte:
Aquele Cristo é o rosto da esperança, a reencarnação do divino, perante o ser humano que não compreende o porquê de estar ali, o porquê de ter de sofrer o inferno na Terra. Aquele Cristo é companheiro de armas, ideal de sobrevivência e de resiliência face à incontrolável explosão do canhão. Aquele Cristo, contra as expectativas, não se partiu totalmente, nem se deixou quebrar, tal como o ideal humano de defesa da Paz.
Aquele Cristo ali não é uma estátua, é um ideal, é uma fonte de crença na vida e em algo maior, é o amigo sofredor, o amigo que sofre com aqueles homens. Aquele Cristo chora pelos homens e com os homens. Ele foi o motivo porque muitos chegaram a casa. Aquele Cristo não é uma religião, não é o Deus, é o Homem que desceu do divino para sofrer connosco. Aquele Cristo foi a força humana que deu força sobre-humana aos portugueses na Grande Guerra. Aquele Cristo braceja decepado, exortando ingloriamente os homens a atirarem as armas ao chão e abraçarem o irmão.
Os franceses no-lo doaram, em jeito de respeito pelo sacrifício no campo de batalha. Ainda hoje pode ser contemplado no Mosteiro da Batalha.
Espero brevemente ir visitar aquele Cristo à Batalha e pedir.
Pedir que nunca mais nenhuma guerra se abata sobre o mundo e pedir para que dê sempre força sobre-humana aos portugueses, para que aguentem tudo e combatam como há cem anos atrás, principalmente contra a humilhação e a falta de dignidade que lhes querem impor. Também lhe quero agradecer, por ter sido a inspiração que salvou muitos portugueses na Grande Guerra. Haja fé ou lá o que isso é."
André Coutinho
Andrescritor
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
domingo, 23 de novembro de 2014
sábado, 22 de novembro de 2014
Amigos que já leram "Noite Negra":
Não se esqueçam de colocar a avaliação da obra no site do goodreads (link abaixo).O registo é fácil e gratuito. O vosso feedback é importantíssimo para mim.
Muito obrigado.
https://www.goodreads.com/book/show/18629025-noite-negra
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sexta-feira, 21 de novembro de 2014
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
"A penumbra silenciosa inundava-nos com o seu segredo
de transgressão revitalizadora. As mãos caminhavam
como vagabundas nas dunas corporais, soltando pedaços de
tecido protetor. Inebriados pelo desejo e pela perdição da
razão explorávamos os recantos secretos da paixão. O toque
suave na pele, os mimos corajosos, os plácidos suspiros, a
respiração partilhada, dois corações a pulsarem, como gémeos,
ritmavam o compasso da harmonia de dois corpos
imperfeitos unidos na perfeição do desígnio universal."
In "Noite Negra", André Coutinho
(Imagem retirada de escritosss.blogspot.com)
de transgressão revitalizadora. As mãos caminhavam
como vagabundas nas dunas corporais, soltando pedaços de
tecido protetor. Inebriados pelo desejo e pela perdição da
razão explorávamos os recantos secretos da paixão. O toque
suave na pele, os mimos corajosos, os plácidos suspiros, a
respiração partilhada, dois corações a pulsarem, como gémeos,
ritmavam o compasso da harmonia de dois corpos
imperfeitos unidos na perfeição do desígnio universal."
In "Noite Negra", André Coutinho
(Imagem retirada de escritosss.blogspot.com)
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